René Lacoste foi o primeiro jogador da equipa francesa a subir à rede no exclusivo Longwood Cricket Club de Boston, em Chestnut Hill. Competindo no primeiro jogo de singulares contra a Austrália, a estrela em ascensão de França enfrentou James O. Anderson. O australiano de 27 anos era um veterano experiente e jogava um ténis duro, que se revelou demasiado para o jovem Lacoste, que caiu em 3 sets – apesar de ter lutado com valentia até ao match point.

Os jornais do dia seguinte descreveram o jogo como ""um dos mais belos já realizados neste court"". Embora René Lacoste tenha perdido o seu jogo naquele dia, em Boston, ganhou reputação e aura. Pessoas de lugares longínquos, como os Estados Unidos, reconheciam agora o talento de Lacoste e tiveram um vislumbre do seu carácter. Mesmo que alguns jornalistas continuassem a insistir em pronunciar mal o seu nome, escrevendo-o como ""René La Coste"".

A ronda não correu bem aos franceses. Após a derrota de Lacoste, Brugnon também perdeu o seu jogo. A Austrália liderava agora por 2-0. E depois por 3-0, após Lacoste e Brugnon terem soçobrado em cinco renhidos sets contra a equipa de pares australiana. A França estava fora e a Austrália iria desafiar os campeões em título, os Estados Unidos, na final da Taça Davis. No entanto, Lacoste aproveitou da melhor forma a oportunidade que lhe restava para brilhar em solo americano.

O prodígio do ténis francês venceu facilmente o seu último jogo de singulares, dando à França o seu único ponto neste encontro desequilibrado. Mas o jovem herói regressou a casa da sua viagem à América com um grande conjunto de memórias. Ainda melhor, regressou a casa com uma alcunha. Os jornalistas que cobriram o evento tinham ouvido falar da mala de pele de crocodilo e do acordo que Lacoste tinha feito com o seu treinador. Dada a tenacidade e a determinação que tinha mostrado no court, traçaram um paralelo. Nos artigos que relatam os momentos finais desta ronda da Taça Davis, Lacoste viu-se apelidado de ""o crocodilo"" pela primeira vez. Ninguém o sabia ainda, mas seria o início de outra história – também ela extraordinária.